Estamos numa época de intensas mutações. Aquilo que pode parecer eterno ao nosso olhar, pode estar no mesmo lugar há um bom tempo, de repente se transforma ou simplesmente desaparece. A vida em sociedade, condição que necessariamente demanda que sejamos seres coletivos, parece, por vezes, um sonho cada vez mais distante em função da atmosfera de intolerância que nos assola, ou simplesmente em virtude da indiferença de boa parte de quem deveria, de fato, estar ao nosso lado.E o que podemos fazer para preservar tudo aquilo que, para nós, é importante? Talvez a resposta seja simples: usar a palavra. Seja a palavra dita ou escrita, é por meio dela que damos voz ao que vemos, sentimos ou vivemos. E é nessa batalha incessante e necessária para sobrevivermos ao deserto de ideias — o qual, muitas vezes, querem tornar em nosso habitat natural — que a palavra de Sérgio Vaz surge viva para reflorestar nosso pensamento de maneira transformadora.Neste Flores da batalha, Vaz não toma como missão apontar caminhos, estabelecer fronteiras e ditar rumos. Sua estrada é outra. Bem outra, aliás. Sua trilha é a de alargar os horizontes, descolonizar a mente, abrir novos territórios para que a palavra — essa sim — conduza todos os indivíduos a buscarem, nas frestas de seu duro cotidiano, as rotas que possibilitem tornarem-se protagonistas de suas próprias histórias.Emicida: "Lá em 1924, Mário de Andrade, outro conterrâneo nosso, disse uma das suas mais belas frases: "nós temos que dar uma alma ao Brasil e para isso todo sacrifício é grandioso, é sublime. E nos dá felicidade." Sinto que é isso que Sérgio nos devolve quando nos traz um novo punhado de flores que irão perfumar nosso cotidiano, flores plantadas pelas calçadas, pelos jardins, pelas vielas, pelos barracos, pelas pessoas e que, a cada vez que nos deparamos com elas, nos lembramos que podemos ser astronautas, cientistas, artistas, médicos etc.; no entanto, nossa primeira vocação (a que precisamos exercer melhor) é a de sermos seres humanos. Se seguirmos as flores que Sérgio Vaz nos oferece, é aonde chegaremos."
Flores da batalha
Sérgio Vaz
Ano: 2023
Páginas: 270
Idioma: português
Editora: Global
Para quem não conhece a história desta colaboradora, tudo começou a anos atrás, quando ela tinha 13 anos, sua mãe, incentivadora irreparável da literatura na vida da filha, lhe deu de presente um livrinho de bolso com Poemas e Poesias do Vinícius de Moraes, desde então, essa menina aprendeu sobre o gênero e se tornou uma mulher totalmente apaixonada por linhas que descrevem almas, logo não seria diferente a leitura de Sérgio Vaz.
Em “Flores da Batalha” o autor entrega uma coletânea de poemas onde derrama a alma e nos faz refletir sobre a vida de maneira profunda, afetando pontos importantes desde o nosso ser interno ao externo, nosso modo de pensar e agir, ele nos faz refletir sobre a vida nua e crua, porém de uma forma bonita.
É uma leitura rápida, por se tratar de textos curtos, mas uma leitura profunda, que requer atenção e cuidado conforme o passar das páginas, sinto que entrei nesta aventura totalmente dolorida e sai incrivelmente curada.
A quem gosta do gênero e a quem não gosta, faço o convite para que leia Sérgio e mude de ideia diante da inteligência sagaz deste autor cativante. E aí, te convenci? Então dá uma chance e volta aqui!
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