A volta de Marjane Satrapi a um projeto de quadrinhos depois de vinte anos. Pensado e organizado pela premiada autora de PersĂ©polis, um livro impactante sobre a longa luta de mulheres por seus direitos e liberdade.Em 13 de setembro de 2022, Mahsa Amini, estudante iraniana de vinte e dois anos, foi detida e espancada atĂ© Ă morte pela polĂcia religiosa em TeerĂ£. O seu crime? NĂ£o usar de maneira "correta" o hijab, vĂ©u imposto Ă s mulheres pela RepĂºblica IslĂ¢mica. NĂ£o tardou, porĂ©m, para que o triste destino desta jovem desencadeasse uma onda de protestos sem precedentes, cujo lema, "mulher, vida, liberdade", se espalhou como pĂ³lvora pelo paĂs.Por ocasiĂ£o do primeiro aniversĂ¡rio do movimento, Marjane Satrapi, autora da obra-prima PersĂ©polis, reuniu uma sĂ©rie de artistas e especialistas para narrar os detalhes -- e tudo aquilo que nĂ£o pĂ´de ser fotografado ou filmado devido Ă censura -- desta histĂ³ria.Com textos de Farid Vahid, cientista polĂtico da FundaĂ§Ă£o Jean-Jaurès; de Jean-Pierre Perrin, correspondente internacional do jornal LibĂ©ration; e do professor Abbas Milani, historiador e diretor do departamento de Estudos Iranianos da Universidade Stanford, e arte de um dream team de dezessete quadrinistas iranianos, europeus e americanos (entre eles Bahareh Akrami, Paco Roca, Winshluss e a prĂ³pria Satrapi), somos levados ao centro revolucionĂ¡rio desse acontecimento fundamental para o IrĂ£ e para todas e todos nĂ³s.Mulher, vida, liberdade!
Mulher, vida, liberdade
Ano: 2024
PĂ¡ginas: 272
Idioma: portuguĂªs
Editora: Quadrinhos na Cia.
Apaixonada que sou pelos quadrinhos empoderadores da Companhia das Letras e pelo traço caracterĂstico da Marjane Satrapi, Mulher, Vida, Liberdade nĂ£o poderia ficar fora da minha estante de forma alguma. Esse lançamento marca o aniversĂ¡rio de 1 ano de morte de Mashsa Amini, estudante iraniana que, em 16 de setembro de 2022, foi espancada atĂ© a morte pela polĂcia religiosa do TeerĂ£ por nĂ£o usar o vĂ©u (hijab) da fomra adequada.
Mulher, Vida, Liberdade reune quadrinhos, textos e reportagens de 46 autores iranianos, que nos contam a verdade sobre o que acontece no IrĂ£ desde a instauraĂ§Ă£o do regime teocrĂ¡tico atĂ© a prisĂ£o e morte de Masha e suas repercussões ao redor do mundo. Escrito e desenhado por tantas mĂ£os mas, ainda assim, de fĂ¡cil leitura, ele nos mostra histĂ³rias de resistĂªncia, de mortes, de heroĂmo pela visĂ£o do oprimido, do povo que, normalmente, nĂ£o consegue contar a sua prĂ³pria histĂ³ria. Mostra tambĂ©m o quanto o contexto polĂtico-social baseado nos princĂpios religiosos sĂ£o capazes de afetar a famĂlia, as escolas, a segurança e a justiça de um paĂs graças Ă maquina de propaganda do Estado.
Para Satrapi, um dos objetivos do livro Ă© mostrar ao mundo tudo o que realmente estĂ¡ acontecendo no IrĂ£. O que Ă© importantĂssimo jĂ¡ que o Estado tenta o tempo todo minimizar ou distorcer os fatos crueis e as mortes provocadas por eles em nome desse regime. e ele o faz coom uma linguagem clara e simples que atĂ© os mais jovens serĂ£o capaz de ler e entender. O outro objetivo seria mostrar aos iraninaos que eles nĂ£o lutam sozinhos e que pessoas ao redor do mundo todo tambĂ©m levantam a bandeira dessa causa.
Marjane teve a sorte de viver entre pais de mente aberta e que enxergavam o regime com olhar crĂtico, alĂ©m de ter uma avĂ³ incrivel que sempre a apoiou mesmo quando seu desejo era ir contra o que ditava a sociedade para as mulheres. Apesar de ser tolhida em outros espaços, como a escola, por exemplo. Ela se tornou entĂ£o essa voz ouvida e respeitada em todo o mundo quando o assunto Ă© proteger direitos das pessoas oprimidas no IrĂ£, principalmente das mulheres, mas tambĂ©m dos homens.
Sabe aquelas imagens que nos tocam tĂ£o profundamente sem palavras que encontrar palavras para explicar esse sentimento que nos despertam Ă© quase impossĂvel? VocĂª vai ver muitas dessas imagens em Mulher, Vida, Liberdade. Algumas assustadoras, revoltantes, mas outras tantas que nos mostram que ainda temos seres humanos que nĂ£o se dobram ao jugo do opressor. E que quando se dobram, Ă© apenas para se reconstruirem e voltar com força total porque mulheres nĂ£o sĂ£o fortes por um simples acaso. Mulheres sĂ£o fortes porque elas sĂ£o fonte de vida, renovaĂ§Ă£o e esperança.
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