Logo que foi lançado em Paris, em 1959, Almoço nu se tornou um dos romances mais importantes do século XX. Influência determinante na relação entre arte e obscenidade, a obra redefiniu não apenas a literatura, mas a cultura americana como um todo. O protagonista é o junkie William Lee, que viaja por vários lugares física ou alucinadamente. Construído numa série de vinhetas, que podem ser lidas fora de ordem, o livro se inspira nas experiências inusitadas do próprio Burroughs em lugares como México, Tânger e Estados Unidos, e no seu vício em heroína, morfina e outras drogas.
Almoço Nu
Ano: 2016
Páginas: 384
Idioma: português
Editora: Companhia das Letras
Se você nunca entrou na mente de
um viciado, nunca conhecerá uma viagem tão alucinante! Almoço nu é uma mistura
sádica e chocante de experiências ilógicas e de fazer seu coração e mente
pararem. Nosso protagonista, William Lee (alterego do próprio autor William
Burrougs), nos apresentará um mundo escondido nas vielas escuras e bizarras,
onde o sexo e as drogas reinam.
Publicado em 1959, Almoço nu foi
proibido logo em seguida. Sua narrativa surpreendente e repleta de duplos
sentidos deixou as autoridades de cabelo em pé, mas após uma onda de leitores
perceberem a grande importância dessa obra, o livro foi novamente colocado em
circulação.
O que você vai encontrar em Almoço nu? William Lee está mergulhado na junk, mais conhecida como droga, diante de uma cultura gay mal vista pela sociedade (e continua sendo mal vista até hoje), desfrutando os prazeres da carne e do vício em ópios. O que difere a cultura citada no livro com a que conhecemos hoje é a representação sexual de criaturas inimagináveis, que matam, abusam, fornicam e mantém esse fluxo bizarro para obter prazer. Loucura!
Não se preocupe caso não entenda
nada do que Lee observa. O propósito de Almoço nu é te fazer seguir a onda de um
viciado e como ele (possivelmente) vê o mundo normal. Claro que nem tudo é
regado a sexo e drogas, vemos também posicionamento político e críticas sociais
que, se levadas ao pé da letra, entenderemos o motivo dele ter sido proibido
numa época um tanto “tradicional”.
Os capítulos não seguem uma ordem
cronológica, então você terá total liberdade para ler essa viagem. Personagens como
A.J. e o Dr. Benway mostram que o bizarro pode ser mais bizarro, fazendo com
que sua capacidade de enxergar a realidade nas coisas seja questionada.
Podemos citar um comportamento um
tanto cômico do autor ao criar esse livro, mas saber que boa parte da história
teve como base as próprias experiências do autor, me deixou bem assustado! Viver
a mente de um viciado foi uma experiência alucinante e, ao mesmo tempo, perturbadora, e me tirou totalmente da minha zona de conforto.
Esse livro realmente parece ser bem legal
ResponderExcluirO livro deve ser bem perturbador, pois mostra o mundo pelos olhos de um viciado
A trilogia são os livros Junky, Almoço Nu e Queer, né?
As capas são parecidas
Sim, a trilogia é essa.
ExcluirEstava lendo sobre este autor esta semana mesmo e fiquei muito curiosa para ler alguma de suas obras.
ResponderExcluirUma mente alucinada e que pelo que vi e li acima, não parava nunca!
Saber que ele mesmo é a fonte de toda inspiração e com isso, é muito real, realmente assusta!
E com certeza, se tiver oportunidade, quero sim, conferir!
Beijo
Espero que conheça e se divirta!
ExcluirNossa, eu realmente não sei nada desse autor. É a primeira vez que vejo esse livro.
ResponderExcluirConfesso que não é meu tipo de leitura, mas parece sim de grande importância.
Que bom que foi relançado, e deve ser bem intenso ver a história pela visão de um viciado.
Beijos
Obrigado!
ExcluirMinho!
ResponderExcluirAcho importante mostrar em um livro o quanto as drogas levam à marginalidade e um mundo dark que faz o sujeito ser capaz de coisas inimagináveis para manter seu vício, principalmente relacionado a sexo.
cheirinhos
Rudy
Eu concordo com você. Obrigado, Rudy!
ExcluirQue viagem mais louca!!!
ResponderExcluirSó de ler a sua resenha dá vontade de devorar esse livro agora mesmo. Temática pesada... ADORO!
Obrigado!
ExcluirMinho, ler Burroughs é exatamente isso, essa viagem alucinante que nos tira da zona de conforto. As experiências de uma pessoa que é usuária de substâncias psicoativas, caminham na tênue linha de uma moralidade questionável se pararmos pra pensar nas tantas outras viagens (algumas sem volta) que o álcool e o fumo proporcionam. Essa experiencia trazida por Burroughs não só escandaliza mas também propõe uma reflexão sobre esse lugar marginal e bizarro que o "proibido" da "droga" ocupa até hoje. Beijo,
ResponderExcluirIlmara
Exatamente isso, Il! Eu adorei conhecer a escrita do William. Sua falta de sensibilidade é muito presente e eu adorei!
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