Lucy mora no vigésimo quarto andar. Owen, no subsolo... E é a meio caminho que ambos se encontram - presos em um elevador, entre dois pisos de um prédio de luxo em Nova York. A cidade está às escuras graças a um blecaute. E entre sorvetes derretidos, caos no trânsito, estrelas e confissões, eles descobrem muitas coisas em comum. Mas logo a geografia os separa. E somos convidados a refletir... Onde mora o amor? E pode esse sentimento resistir à distância? Em A Geografia de Nós Dois, Jennifer E. Smith cria tramas cheias de experiências, filosofia e verdade.
A Geografia de Nós Dois
Título Original: This Is What Happy Looks Like
Jennifer E. Smith
Ano: 2016
Páginas: 272
Editora: Galera Record
“Se traçassem um mapa dos dois, de onde tinham começado e de onde terminariam, as linhas seguiriam para longe uma da outra como imãs de polos opostos. E já tinha ocorrido a Owen que havia algo de profundamente errado com aquilo, que deveriam existir círculos ou ângulos ou voltar, qualquer tipo de traço que possibilitasse às duas linhas voltarem a se encontrar. Em vez disso, iam em direções opostas. O mapa era o mesmo que uma porta prestes a se fechar. E a geografia da situação – a geografia dos dois – estava completa e irremediavelmente errada.”
Já imagino os meus leitores pensando “Romance? Como assim resenha de romance? Drica não lê romances!!!” Pois é, mas essa mocinha, Jennifer E. Smith, tem essa capacidade! Não sei se é uma mera coincidência, mas os livros dela sempre chegam até mim e não consigo dispensá-los sem ler. O primeiro foi A Probabilidade Estatística do Amor À Primeira Vista, (resenhado pela Dani) que eu amei, e agora esse.
Essa é a história de Lucy e Owen. Lucy, 16 anos, filha de família rica, sempre morou em Nova York e inveja os pais que vivem viajando, enquanto ela ficava em casa com os irmãos apesar do desejo de conhecer o mundo. Dessa vez, ela está sozinha em casa porque os seus irmãos estão morando em outra cidade por causa da faculdade.
“Mas não existe começo que seja totalmente novo. Toda novidade chega no encalço de algo velho, e todo início vem à custa de um fim. “
Owen viu a vida virar de cabeça pra baixo com a morte da mãe. Para suportar um pouco a dor, o pai aceitou um trabalho de zelador em Nova York para mudar de ares. E eles vivem no subsolo enquanto tentar curar as feridas do luto. O que não está sendo nada fácil, principalmente para o seu pai que parece estar em um eterno estado de letargia.
Mas a história dos dois começa realmente em um raro incidente: quando parte dos Estados Unidos fica sem energia elétrica por algumas horas e Lucy e Owen ficam presos no elevador do prédio onde moram. Mesmo após terem sido soltos do elevador, eles continuam juntos, e Owen vai mostrar as estrelas do topo do prédio para Lucy. Tem como não se apaixonar por essa criatura????
Clichê? Sim. Mas de uma maneira fofa! O romance já começa? Ainda não! E foi isso que me prendeu!
A Jennifer não nos ataca logo de início com um romance óbvio. Claro que você percebe que isso vai acontecer com o seu feeling de super leitor, mas o foco da história é o relacionamento que os dois vão construindo e quem eles são com suas interações pessoais. Os problemas familiares de cada um dos personagens são tratados com extrema delicadeza.
É lindo de ver a relação do Owen com o pai, onde, muitas vezes, os dois trocam de papel e Owen é quem é o mais maduro, o mais centrado e cuida do pai em seus momentos de fragilidade e dor.
Agora, o romance. Como eu disse no começo, o relacionamento da Lucy e do Owen não é o enfoque do livro, mas as melhores cenas são aquelas em que eles estão juntos. E talvez a raridade dessas cenas seja o que faz delas algo tão especial. Apesar de ser algo simples, o relacionamento dos dois é delicioso de se acompanhar.
Além disso, você tem a sensação de que isso poderia ter acontecido no último apagão que houve em sua cidade porque a descrição dos fatos e os diálogos são absolutamente possíveis de acontecer.
“... Porque isso é o que acontece quando se está com alguém assim: o mundo se encolhe e toma a proporção correta. Moldando-se para comportar apenas as duas pessoas, e nada mais.”
Mas, e a geografia? Sim! Essa é uma das melhores partes! Owen e o pai precisam se mudar porque o pai é demitido. Meio sem ter para onde ir porque não querem voltar para casa, os dois partem em uma viagem de carro. E de repente Lucy está atravessando o oceano porque o pai vai mudar de emprego e Owen cruzando o estado. Como se comunicar? Através de cartões postais. Será que isso será suficiente para manter os dois unidos? Lugares da Europa e dos Estados Unidos são descritos minuciosamente, e o leitor só tem a ganhar com isso.
“Não havia mais espaço para as palavras; tudo o que restava eram dois corações batendo. ”
Conto de fadas pelo encantamento, mas não pela impossibilidade de ser real. Recomendo sim! Para quem? Até para os que não gostam de romance, com eu rsrsrsrs.
Oi Dri, menina, eu amei a resenha, não estava empolgada com esse livro apesar da capa fofa, mas essa questão de não ser romance miojo, ocorrer com o tempo, me fisgou. E o fator 'mundos diferentes' faz uma grande diferença.
ResponderExcluirCuriosa.
Olá.
ResponderExcluirSua resenha foi decisiva para a escolha de ler o livro. Romances não é meu gênero favorito, mas alguns me conquistam e suas palavras me fizeram acreditar que vou gostar dessa leitura. Darei uma chance! Resenha perfeita, como sempre. Obrigada. Beijos.
adoro esse escritora e esse capa é fofa demais
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