Número de Páginas: 208 páginas
Editora:
Intrínseca
Tradutor: Renata
Pettengil
Sinopse
Foi há quarenta anos,
agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais
decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a
receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de
opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado
num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou
forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste
mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar
os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.
Ele sabia que os
adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se
desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na
batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A
responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele
recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do
caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.
Por incrível que
pareça, esse é o primeiro livro de Neil Gaiman que li. O primeiro porque agora
quero ler todos!!!!!!!!!!! O livro é fantástico, literalmente, mágico e
impressionante, que proporciona um misto de emoções, desde o fascínio, passando
pela incredulidade até a paixão pelos personagens.
“Pessoas
diferentes se lembram das coisas de jeitos diferentes, e você nunca vai ver
duas pessoas se lembrando de uma coisa da mesma forma.”
O livro é narrado em
primeira pessoa, temos um homem adulto revivendo suas memórias de quase
quarenta anos, quando era uma criança de 7 anos de idade. Esse revival acontece
quando ele retorna à Sussex, cidade da Inglaterra onde viveu sua infância para
um funeral e acaba indo parar na fazenda das Hempstock, onde viveu grandes
aventuras no passado.
Lá ele começa a relembrar
fatos que marcaram sua infância: a festa de aniversário em que nenhum amigo
foi; o inquilino que atropelou seu gatinho, roubou o carro do pai e se suicidou
logo depois; a mãe que precisava trabalhar fora e da babá estranha que tomava
conta dele e da irmã menor; o lago que era como um oceano; e de Lettie Hempstock,
a criança que morava na casa no final da rua, sua única amiga e companheira
através dos mistérios de um mundo hora real hora fantástico.
Ponto para como o autor
narra a infância, através das memórias de um adulto, ainda com o leve toque da
inocência.
“Fui
para outro lugar em minha cabeça, para dentro de um livro. Era para onde eu ia
sempre que a vida real ficava muito difícil ou muito inflexível.”
Ele era um apaixonado
pela leitura, fã incondicional de livros e quadrinhos.
“Os
livros eram mais seguros que as pessoas de qualquer maneira.”
A Família Hempstock era
composta por três mulheres que, conforme a descrição do livro, não eram bruxas,
mas verdadeiras sábias que viveram muito e conheciam a sabedoria do universo.
Ou seja, o que chamariam por aí de bruxas. Lettie, sua amiga, e a mais nova
Hempstock.
A aventura começa com o
suicídio do inquilino, o que abre a porta para um mundo cheio de possibilidades
aparentemente absurdas e personagens sombrios. Coisas estranhas começam
acontecer, um espírito chega à cidade atraído por essa morte, e logo assume a
forma de Úrsula Monkton, uma governanta, que ameaça matá-lo e destruir sua
família.
“Vou
dizer uma coisa importante para você. Os adultos também não se parecem com
adultos por dentro. Por fora, são grandes e desatenciosos e sempre sabem o que
estão fazendo. Por dentro, eles se parecem com o que sempre foram. Com o que
eram quando tinham a sua idade. A verdade é que não existem adultos. Nenhum, no
mundo inteirinho.”
O livro é um passeio
pelos milhões de possibilidades imaginativas que a infância nos proporciona,
que traduz os pensamentos e falas de uma criança de maneira poética com
dosagens corretas de drama nos momentos cruciais. É também um livro que fala de
amizade e de como ela tem um poder transformador na vida de crianças ou
adultos. Nos faz refletir e repensar o que foi a nossa infância, uma verdadeira
fábula para adultos!
"Não tenho saudade
da infância, mas sinto falta da forma como eu encontrava prazer em coisas
pequenas, mesmo quando coisas maiores desmoronavam."
O Oceano no Fim do
Caminho já teve os direitos de adaptação para o cinema comprados pela produtora
Playtone, com o diretor Joe Wright (Anna Karenina, Desejo e Reparação) ligado
ao projeto. A mesma produtora está trabalhando na adaptação de outro livro de Gaiman,
Deuses Americanos, como série de TV na HBO.
“Este
é o problema com as coisas vivas. Não duram muito. Gatinhos num dia, gatos
velhos no outro. E depois ficam só as lembranças. E as lembranças desvanecem e
se confundem, viram borrões...”
Meus Deus, essa capa é belissima! Como pode?!
ResponderExcluirSou louca pra ler esse livro, não tive a oportunidade ainda :\
Adorei sua resenha viu.
Beijos
http://bloglostinwords.blogspot.com.br/
Obrigada, querida!
ExcluirA capa é fantástica mesmo...
Oi Adriana, tudo bem?
ResponderExcluirNem sabia que Deuses Americanos tinha virado série... Adorei esse livro!
Ainda não li O Oceano no fim do caminho, mas lendo a sua resenha, e conhecendo o autor, já sei um pouco o que esperar: um livro imprevisível e muito gostoso.
O preço tá tão bacana que acho que vou investir nessa leitura.
Beijos, parabéns pela resenha =)
alanahomrich.blogspot.com.br
Alana,
Excluirvale muito à pena, pode comprar q vc não vai se arrepender!
Ainda não li nada deste autor, mas sua resenha foi tão positiva que me fez querer mergulhar nessa estória também.
ResponderExcluirAdoro estórias que são contadas através de memórias e fiquei curiosa para saber como foi a infância, que parece ser cheia de magia e aventura, deste homem. Deve ser uma leitura cativante mesmo, e que ainda nos leva a refletir sobre o poder da amizade na vida de crianças e adultos, gosto muito de livros que causam reflexões.
beijos!