Abraham
(Bram) Stoker nasceu em Dublin, capital da Irlanda, no dia 8 de novembro de
1847, numa família de sete filhos (ele era o terceiro). Criança constantemente
doente, se tornou um atleta premiado na universidade, onde estudou Matemática.
Seu primeiro trabalho foi como funcionário público. Algum tempo depois, começou
a escrever críticas teatrais para o Dublin Evening Mail. Foi uma delas que o
aproximou do ator Henry Irving, que o chamaria no futuro para gerenciar seu
Liceu do Teatro, uma escola para atores em Londres. Stoker trabalhou ali por 30
anos e desenvolveu uma amizade tão grande com Irving que, quando o ator morreu,
ele publicou três livros em sua homenagem. Bram Stoker se casou em 1878 com a
atriz Florence Balcombe e teve um filho, Irving Noel Thornley. Em Londres, o
autor conheceu outros escritores notáveis de sua época, como Sir. Arthur Conan
Doyle (autor de Sherlock Holmes) e Oscar Wilde. Foi também na cidade que ele
morreu, em 20 de abril de 1912. Apesar de “Drácula” ser sua obra mais
conhecida, Bram Stoker publicou muitos outros livros em vida, principalmente
novelas e contos.
Drácula tem sido
incluido em vários gêneros literários, incluindo literatura de vampiros, ficção
de horror e romance gótico. Estruturalmente, é um romance epistolar, ou seja,
contada como uma série de cartas, entradas de diário, registros de bordo etc.
Embora Stoker não tenha inventado o vampiro, a influência do romance na
popularidade dos vampiros foi singularmente responsável por muitas peças de
teatro, cinema, televisão e muitas interpretações ao longo dos séculos XX e
XXI.
Sinopse
Este romance em forma
epistolar, dando voz às várias personagens, abre com a chegada de Jonathan
Harker a um castelo em uma remota zona da Tansilvania. Aí o jovem Harker trava
conhecimento com o excêntrico proprietário do castelo, o conde Drácula, já que
ele intenciona a aquisição de várias propriedades na Inglaterra.
Aos poucos, Harker
começa a perceber que há mais do que excentricidade naquela figura, há algo de
estranho no anfitrião, algo de realmente assustador e tenebroso. Aliás, passada
a inicial hospitalidade, Harker começa a entender que, mais do que um hóspede,
é também um prisioneiro do conde Drácula.
Drácula decide viajar até à Inglaterra, deixando
um rasto de morte e destruição por onde passa – sob a forma de um enorme
morcego -, enquanto Harker é deixado à guarda de três figuras femininas, três
terríveis seres que se alimentavam de sangue humano. Harker consegue fugir,
apesar de bastante debilitado, e encontra-se com a sua noiva, Mina, em
Budapeste.
Já na Inglaterra, Lucy, amiga de Mina, começa a
apresentar estranhos sintomas: uma enorme palidez e dois enigmáticos orifícios
no pescoço. Seus amigos, John Seward, Quincey Morris e Arthur Holmwood,
incapazes de perceber a origem daquela doença, recorrem ao auxílio do Dr.
Abraham Van Helsing, médico e cientista, famoso por seus métodos pouco
ortodoxos, tendo compreendido que Lucy tivera sido vítima dos ataques de um ser
diabólico: Drácula, uma espécie de morto-vivo que se alimentava de sangue
humano. Mas, temendo receando a reação destes, Van Helsing decide não revelar
imediatamente suas conclusões.
Recepção
Quando foi publicado pela primeira vez, em 1897,
Drácula não foi um bestseller imediato, embora as criticas fossem incansáveis
em seu louvor. O contemporâneo Daily Mail classificou Stoker superior a Mary
Shelley e Edgar Allan Poe.
O romance tornou-se mais significatioa para os
leitores modernos do que foi para os leitores contemporâneos vitorianos, que só
atingiu o seu grande status lendário clássico no século 20, quando as versões
cinematograficas apareceram. No entanto, alguns fãs da época vitoriana o
descreveram como "a sensação da temporada" e "o romance de gelar
o sangue do século". Sir Arthur Conan Doyle escreveu a Stoker em uma
carta:" Eu escrevo para lhe dizer o quanto eu gostei de ler Drácula.
O Conde Drácula do livro de Bram Stoker pode ter
sido inspirado no voivode (príncipe) Vlad Tepes, que nasceu em 1431 e governou
o território que corresponde à atual Romênia. Nessa época, a Romênia estava
dividida entre o mundo cristão e o mundo muçulmano (Turquia). Vlad III ficou
conhecido pela perversidade com que tratava seus inimigos. Embora não fosse um
vampiro, sua crueldade alimentava o imaginário de modo que logo passou para o
conhecimento popular como um vampiro.
O pai de Vlad III, Vlad II, era membro de uma
sociedade cristã romana chamada Ordem do Dragão, criada por nobres da região
para defender o território da invasão dos turcos otomanos. Por isso Vlad II era
chamado de Dracul (dragão), e, por conseqüência, seu filho passou a ser
chamado Draculea (filho do dragão)- a terminação "ea"
significa filho. A palavra “dracul”, entretanto, possuía um segundo significado
(“diabo”)que foi aplicado aos membros da família Draculea por seus
inimigos e possivelmente também por camponeses supersticiosos.
Vlad III era conhecido por sua
pervesidade e crueldade. Certa vez, dois súditos se esqueceram de tirar o
chapéu para reverenciar sua chegada e, por causa disso, Vlad mandou pregar o
chapéu em suas cabeças.
Também dizem as lendas que um dia Vlad viu um
aldeão com a camisa toda suja e lhe perguntou se sua esposa era saudável. O
aldeão respondeu que sim e sua mulher teve ambas as mãos decepadas; e Vlad
arrumou outra esposa para o aldeão e a mostrou o que acontecera com a antiga para
que servisse de exemplo. Vlad tinha prazer em comer em frente de suas vítimas
com os corpos empalados ouvindo seus gritos de agonia.
Muitos desses feitos levam a crer que Vlad III é
a principal inspiração para o personagem, a crença que o conde Drácula é morto
vivo veio de um fato que em uma de suas muitas batalhas ele levou um forte
golpe na cabeça, que o deixou em coma, depois de ver o seu líder cair seus
homens bateram em retirada levando consigo seu corpo e antes da fuga ser
realizada, Vlad III acorda do coma como se nada tivesse acontecido e logo
depois de recobrar os sentidos retornou a batalha levando seu exercito a
vitória e a uma de suas mais sangrentas batalhas, criando assim a crença que
ele havia retornado dos mortos como um morto vivo.
Minha opinião
Vampiros e seres
sobrenaturais em geral tem estado na moda ultimamente, mas, fã que é fã tem que
ir "beber na fonte", "buscar as origens", e, por essa
razão, recomendo a leitura desse clássico da mitologia vampiresca: Drácula, de
Bram Stoker. O livro pode ser entendido como uma fábula gótica
sobre a condição humana, mas com o ritmo das estórias de aventura, dos filmes
policiais e dos contos de suspense.
É claro
que o vampiro de Stoker não foi o primeiro a existir na literatura, afinal,
John Polidori e Sheridan Le Fanu foram os primeiros a tratarem do tema, mas é
inegável que foi o único a ganhar notoriedade e que serviu de suporte para o
desenvolvimento do mito, seja por meio das releituras de Anne Rice e suas
Crônicas Vampirescas, ou através da nova visão sobre vampiros de Stephenie
Meyer.
O terror puro permeia
toda a história, pois se mantem quase sempre nas entrelinhas. Há espaço para o
leitor imaginar o que poderá acontecer, pois seus personagens não são
previsíveis! Com o decorrer da história e a descoberta das verdadeiras
intenções do Conde, o terror torna-se mais explícito, mas não há espaço para
cenas sangrentas que beiram ao ridículo, e nem atitudes sobrenaturais por parte
dos heróis. Tudo é mudo controlado, o que nos faz achar que, desta forma, é
possível sim, ser verdade! A descrição dos ambientes é requintada, tal qual
faria um lord inglês.
Escrito em
1897, este livro está impregnado dos valores da época. A Europa começava a se
recuperar de uma longa depressão econômica (1873-95). O mundo ainda não havia
conhecido os horrores das guerras mundiais; faltavam 20 anos para eclodir a
revolução russa; o avião ainda não havia sido inventado e a energia elétrica
ainda não havia se difundido; a Inglaterra ainda era a maior potência
internacional, sem ter consciência de que entre 1914 e 1945 a ordem mundial
sofreria mudanças irreversíveis. Enfim, Dracula, de Bram Stoker acaba sendo
também um documento histórico que registra um mundo que estava prestes a deixar
de existir. Hoje, Dracula certamente pensaria em ir para New York. O fato é que Drácula se consolidou e, muito embora o mito do vampiro
atual tenha mudado para adequar-se ao mundo em que vivemos atualmente, não pode
ser visto apenas como mais uma história sobre vampiros.
Gostei muito da resenha, principalmente por você colocar informações a respeito do livro original.
ResponderExcluirDica:Coloque uma imagem da capa do livro ;D
Já li uma versão infanto juvenil e gostei bastante. Queria muito ler a versão original também. Gostei que você colocou, além de informações do livro original, também as inspirações de Bram Stoker para escrever o livro, além de informações sobre o mesmo.
ResponderExcluirBeijinhos
Eu confesso que ouvi muito falar sobre este livro e este autor, mas aina não tive oportunidade de ler o livro. =(
ResponderExcluirQuanto ao Vlad eu já ouvi falar da selvageria dele... ele era muito perverso e nojento.... arghhh!!!
O livro é bom mesmo para Conan Doyle reconhecer, ganhou pontos comigo!!!
Quanta a história do livro em si, eu achei interessante o rapaz ser feito refém e conseguir fugir... fiquei intrigada sobre o que o Van Helsing fará com a amiga de Mina? Vai matá-la? Ela morre?
Muito tenso!!!
Eu sempre quis esse livro. O conto que inspirou muitos livros, apesar de não lembrar de muitos vampiros, que se transformavam em morcego. É muito bom, poder ler um livro que, apesar do título, não seja previsível.
ResponderExcluirGostei muitooo!
Ótima resenha, com muitas informações, está bem completa, gostei que não aborda apenas a historia do livro, mas toda a origem e também sobre a repercussão na época de seu lançamento. Gosto muito mesmo de clássicos internacionais. Não quero ofender mas só tem um porém no seu texto, alguns erros, não gramaticais, mas de digitação mesmo, recomendo uma revisão sempre que possível. Tirando isso maravilhosa sua resenha!! Ótimo trabalho!
ResponderExcluirAAAAAAAAAAAAAAAMMMOOOO terror, amoooooooooo classicos e adivinha... amooooo a martin Claret! Esse livro tá na minha lista de vou ler logo logo!
ResponderExcluirQue resenha incrível, cheia de informações, adorei! Muito legal saber onde o autor se inspirou para criar esta estória clássica tão famosa.
ResponderExcluirConcordo com sua opinião, quem ama estórias vampirescas deve conferir o começo de tudo, e ler este clássico é obrigatório para os amantes de vampiros. Eu não chego a ser fã de estórias com vampiros, mas me vi super interessada em ler este clássico, ainda mais porque é cheio de terror, como você comentou, e eu adoro.
beijos!