Freakonomics
O livro Freakonomics - O lado oculto e
inesperado de tudo que nos afeta Ă© uma coletĂ¢nea de estudos do economista Steven Levitt, Ph.D. peloMIT, em
parceria com o jornalista Stephen J. Dubner. A obra defende teses polĂªmicas, entre elas a de que a legalizaĂ§Ă£o do aborto seria a grande
responsĂ¡vel pela reduĂ§Ă£o das taxas de criminalidade nos Estados Unios.
O prĂ³prio nome Freakonomics - que quer dizer algo
como "economia excĂªntrica", segundo a responsĂ¡vel pela traduĂ§Ă£o da
obra - contribui para que o livro mostre a que veio. Levitt tem uma linha de
pensamento diferente da maioria dos economistas e, apesar de em Freakonomics
ele seguir uma tendĂªncia em Economia – a de aplicar princĂpios econĂ´micos Ă s
mais variadas situações da vida cotidiana – o livro nĂ£o fica limitado a isso.
Situações cotidianas sĂ£o confrontadas pelos
autores, e ideias simples, convenientes e confortadoras, tidas como verdadeiras
pela sociedade, sĂ£o postas em dĂºvida.
No primeiro capĂtulo, as origens da corrupĂ§Ă£o sĂ£o
discutidas. No segundo, os autores debatem problemas decorrentes de assimetria
de informaĂ§Ă£o. No terceiro, levanta-se uma outra questĂ£o: por que os
traficantes de drogas, apesar de estarem em uma atividade altamente rentĂ¡vel,
ainda tĂªm um baixo padrĂ£o de vida?
O quarto capĂtulo Ă© o mais polĂªmico: Ă© o que
defende a tese de que o aborto legalizado seria o grande responsĂ¡vel pela
diminuiĂ§Ă£o da criminalidade em Nova Iorque, e nĂ£o fatores como a existĂªncia de
uma economia mais forte, o aumento do nĂºmero de policiais, a implementaĂ§Ă£o de
estratégias policiais inovadoras ou as mudanças no mercado de drogas. Os
autores argumentam que filhos indesejados teriam maior probabilidade de se
tornarem criminosos, pelas condições precĂ¡rias de vida a que estariam sujeitos durante
sua criaĂ§Ă£o.
A teoria sobre o aborto, por tratar de um tema tĂ£o
delicado, Ă© constantemente alvo de crĂticas. Levitt nĂ£o se esquiva delas e
sempre responde: "Eu penso que Ă© exatamente assim que a ciĂªncia deve
trabalhar, com teorias controversas sendo cutucadas e instigadas a provar sua
robustez". Levitt faz questĂ£o de deixar claro que nĂ£o faz nenhum tipo de
julgamento de valor a respeito da questĂ£o. Seu trabalho Ă© desenvolvido do ponto
de vista de um pesquisador que apenas tenta explicar os fenĂ´menos que observa.
As crĂticas mais importantes ao seu trabalho vieram
de outros cientistas:
Christopher Foote e seu assistente Christopher
Goetz, dois economistas da Federal Reserve de Boston apontaram um erro
relacionado aos dados utilizados, referentes ao nĂºmero de prisões efetuadas no
perĂodo estudado. O fato de Levitt ter usado o nĂºmero total de prisões
realizadas, ao invĂ©s do nĂºmero de prisões per capita supervalorizaria a
influĂªncia do aborto. Levitt, em tempo, reconheceu o erro e ajustou suas
equações para os novos valores. Isto, porĂ©m, nĂ£o reduziu tĂ£o drasticamente a
influĂªncia do aborto: apesar de menor, continua existindo e Ă© estatisticamente
relevante na reduĂ§Ă£o da criminalidade.
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