Blink (Malcom Gladwell, 2005).
"Blink!" é um livro sobre o «pensamento
que não é pensado», sobre as escolhas que parecem ser feitas instantaneamente —
num piscar de olhos —, mas que realmente não são tão simples como parecem.
Porque é que certas pessoas são decisoras brilhantes e outras se mostram
sistematicamente inaptas para decidir? Porque é que há pessoas que seguem os
seus instintos e vencem, enquanto outras tropeçam sempre em erros de avaliação?
Como é que será que o nosso cérebro realmente trabalha — no escritório, na sala
de aula, na cozinha e no quarto? E porque é que, com frequência, as melhores
decisões são aquelas que não se conseguem explicar? Baseado nas descobertas
neurológicas e psicológicas mais recentes, e escrito de uma forma rigorosa e
brilhante, "Blink!" muda o modo como compreendemos todas as nossas decisões.
Nunca mais se poderá pensar em pensar da mesma maneira.
«Se
você é dos cépticos, daqueles que seguem à letra o ditado popular de «não se
deixar iludir pelas primeiras impressões», experimente ler "Blink!" e
vai estar mais atento à sua voz interior.»
O segredo do sucesso de
Gladwell é composto por duas partes: primeiramente, ele utiliza um estilo de
escrever jovial e coloquial, além disso, ele utiliza uma série de piadas em
assuntos que são tão comuns e tão familiares que você não consegue para de
devorar uma atrás da outra. Não há dados científicos vagos.
Um dos estudos de caso de
Gladwell envolve o lançamento desonroso da Nova Coca-Cola, especificamente os
defeitos no desafio Pepsi que permitiu aos executivos da Coca-Cola acreditar que
a Pepsi poderia ultrapassar os produtos da Coca-Cola como o refrigerante número
um do mundo. Gladwell percebeu que o Desafio Pepsi era baseado em uma lógica
errada: Os degustadores não bebiam todo o refrigerante da lata. Eles tomavam um
gole pequeno de cada uma das marcas que estavam sendo testadas e depois faziam
a sua escolha. Agora suponha que eu lhe solicitasse que você provasse e
testasse um refrigerante de uma forma um pouco diferente. E se você tivesse que
levar uma quantidade da bebida para casa e tivesse que me dizer o que você achou
após alguns dias? Será que isso mudaria sua opinião? Mudaria. Talvez a
diferença entre dar pequenos goles em um copo de coca-cola e beber a garrafa
inteira não lhe anima. Você não está sozinho.
Imagine que deixa crescer o cabelo e
começa a reparar que o número de vezes que a polícia o manda parar começa a
aumentar. Foi isso que aconteceu a Malcolm Gladwell e um dos factores que o
levou a escrever este livro, que trata acima de tudo das decisões que tomamos,
muitas delas inconscientemente e apenas numa questão de segundos.
Segundo ele, a nossa mente inconsciente retira "pequenos pedaços" da
realidade e automaticamente cria padrões no nosso cérebro, que lhe permite chegar
a conclusões rápidas.
Gladwell partilha algumas experiências que o comprovam, como a de Ambady que
concluiu que basta um vídeo de 2 segundos mostrado a um grupo de alunos para
que eles decidam instantaneamente se estão perante um bom ou mau professor! O
melhor disso é que o filme pode inclusivamente ser mudo que os resultados são
concordantes com avaliações cruzadas que são feitas apenas no final do
semestre!
Gladwell fala também da teoria de John Gottman, que consegue descobrir se um casal vai ou não divorciar apenas com base na forma como discutem; da de Gosling, que demonstra que a melhor forma de conhecer a personalidade de alguém é ir a casa dela e olhar-lhe o quarto; entre outras.
Em outra parte do livro, Gladwell revela experiências que comprovam que a nossa mente inconsciente fica a procurar soluções para problemas mesmo quando desistimos "conscientemente". Sabe aquela sensação de que a solução caiu do céu???
Ele mostra como os nossos
estereótipos influenciam as nossas decisões. Um caso típico foi Warren Harding,
ex-presidente dos EUA, que foi eleito (inconscientemente, claro) devido à sua
aparência física, por mais que nos custe acreditar (será que já não vivemos
isso???).
Excesso de informação prejudica a tomada de decisão e Paul Van Riper, general Norte-Americano que há uns anos foi convidado pelo Pentágono para comandar uma equipe de "rebeldes" num jogo de Guerra simulado contra uma equipe ultra-sofisticada do Pentágono, conseguiu provar isso. Apesar da equipe ultra-sofisticada ter tecnologia de ponta, a equipe de Riper deu-lhe claramente a volta, mostrando que a intuição e a espontaneidade são coisas que nem mesmo a mais alta tecnologia consegue combater.
Nossa que livro complexo... é para nos fazer pensar mesmo... mas já gostei pela observação do cabelo.... as pessoas julgam muito pela aparência... já é algo automático.... e muito vergonhoso!!! hahaha
ResponderExcluirAchei muito interessante a proposta do livro. Muitas coisas mesmo são decididas instantaneamente, e parar para pensar um pouco nisso é bem legal.
ResponderExcluirA obra parece ter um conteúdo bem denso, mas gostei de saber que a primeira parte foi escrita de forma jovial, deve ser bem descontraído mesmo e garantir o entendimento fácil do assunto.
beijos