Publico hoje um texto que gosto muito da escritora Leila Kruger, nascida em
IjuÍ, Rio Grande do Sul. Foi classificada em quarto lugar no XXXIII Concurso
Internacional Literário, em 2011, nas categorias Conto e Poesia, tendo seus
escritos publicados na coletânea «;Amanhã, Outro Dia», da AG Publicações.
Também foi selecionada para a antologia "Tempo de Tudo - Contos" e
para a "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos Volume 83", em
2011, pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Tem poesias e contos publicados
em sites e revistas, e publicou seu primeiro romance, Reencontro.
Você só tem
um coração; não o entregue a quem não saberá carregá-lo com ternura. Não o
entregue aos leões, para que o dilacerem a dentadas selvagens que ficam
marcadas por muito tempo. Às vezes para sempre. Não se entregue a quem não te
devolve. Não se negue...
Você só tem
um coração, e ele está só dentro de você; não o perca de vista... É necessário
alcançá-lo entre o êxtase e a razão, em pontos de equilíbrio raros e fundos.
Mas coração é pena, um ventinho de amor o leva às estrelas...
Você só tem um coração, segure-o firme na sua mão.
Diga-lhe que é seu – embora ele não vá escutar. Mime-o, converse com ele sobre
os novos verões que poderão mudar tudo. Ensine a ele poesia, quem sabe Vinícius
de Moraes e um pouco de Clarice Lispector. E também a música, já que ela tem a
capacidade inacreditável de compreender o invisível.
Você só tem um coração, não o esqueça por nada
neste mundo. Não o venda, não o hipoteque, não o empreste e muito menos o dê –
a não ser que receba outro coração em troca, um que você queira. Não o dê assim
para qualquer um, um embrulho estranho sem destino certo. E o mais importante:
dê! Um dia...
Preserve-se. Não demais, não de menos. Você só tem
um coração e nele cabe o amor. Ainda que transborde. Ainda que amoleça, endureça
e depois transforme. Amor é matéria de mistério, coração é matéria de infinito.
Sem mais explicações!
Mas
sabemos que todos estes milhares de fórmulas sobre o coração já se provaram
falhos... Apenas então tente salvá-lo. Descubra sua própria salvação, guarde-a
com sua chave e com seu nome ainda que esse nome não seja “amor”. Embora vá
provavelmente ser, sem talvez você saber.
Leila
Krüger. 2011.
Obs.: Hot
site do meu "Reencontro", pela Editora Novo Século, com primeiro
capítulo:
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